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terça-feira, 13 de agosto de 2013

FRANCISCO COSTA







Falo-vos de pai, um a mais
Entre tantos assumidos,
Ou não.

Não do pai biológico,
Sem ter planejado,
Que aceitou o fardo
Por opção única
Para o homem responsável.

Não do pai omisso,
Contrariado na condição,
Maldizendo a sorte
De partilhar o que não quis.

Não do não pai,
Embora pai,
De genética abandonada,
Não reconhecida,
Em culto à covardia.

E muito menos
Do verdadeiro pai,
Biológico e afetivo,
Parental, total,
Parte, pedaço
De si que em anexo 
Se adora.

Falo-vos do pai de empréstimo
A quem alcunhamos padrasto,
Como couvert da ingratidão,
Mas que fez do ato biológico
Mero detalhe desimportante,
Simples acidente, amando
A cada enteado como se tudo.

Tão grandes
Quanto os que se tornaram pais
São os que, voluntariamente,
Acima do sangue e da genética,
Fizeram de si bons pais.

A um desses devo muito,
Quase tudo.


Francisco Costa
Rio, 11/08/2013.

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